Afroempreendedorismo: o que é e sua importância para os negócios

Você sabe o que é afroempreendedorismo e como ele é importante para o nosso país? Embora quase 14 milhões de negros no país estejam engajados no empreendedorismo, o sucesso desses empreendedores enfrenta muitos desafios.

Os empreendedores africanos no Brasil são uma realidade predominantemente feminina, e iniciar um negócio nesse contexto muitas vezes está relacionado a necessidades financeiras. 

As principais razões para isso são níveis médios mais baixos de educação, falta de motivação e, claro, racismo. Enquanto a maioria dos empreendedores são negros, eles também são os que têm menos lucro.

Sem contar que a Pesquisa de Empreendedorismo Africano do Brasil mostra que 48,6% das empresas ainda não têm receita.

Ou seja, por mais que o afroempreendedorismo seja uma grande iniciativa, existem muitos desafios pelos quais as pessoas negras precisam enfrentar para alavancar seus negócios. 

Seja um negócio de aluguel tendas para eventos SP ou serviço de marketing digital, os empreendedores negros estão cada vez mais lutando e se desenvolvendo para mudarem a realidade em que estão inseridos. 

Confira neste artigo as principais questões sobre o afroempreendedorismo, desde sua definição até seus principais desafios encontrados no Brasil. Confira:

O que é afroempreendedorismo, afinal?

Afroempreendedorismo nada mais é do que o movimento de empreendedores negros e negras, também conhecido como empreendedorismo africano.

Ou seja, são negócios construídos e administrados por negros, nos mais diversos nichos de mercado, desde serviços de isolamento acústico para janelas de vidro até lojas de cosméticos, todos administrados por negros e direcionados a sociedade como um todo.

O mais interessante é que, embora o afroempreendedorismo também inclua não-negros, a ação incentiva o Black Money (movimento importante que falaremos mais adiante no artigo)  no Brasil, e incentiva a compra e venda entre empreendedores e comerciantes negros.

Portanto, no afroempreendedorismo, os negros podem tanto abrir uma empresa de zincagem como uma loja de roupas femininas, por exemplo. Isso porque independe do nicho, importando somente o envolvimento dos negros com o mundo dos negócios.

De fato, no estudo “African Startup Brazil” desenvolvido pela RD Station em parceria com Inventivos e Movimento Black Money, podemos ver as nuances dos principais mercados para startups e empreendimentos do afroempreendedorismo, e eles são:

- Saúde e estética;

- Comércio eletrônico;

- Comércio de varejo;

- Marketing e publicidade;

- Consultoria e treinamento;

- Educação;

- Alimentação;

- Serviços financeiros, jurídicos e afins;

- Produção e organização de eventos.

No Brasil, há um total de 14 milhões de afroempreendedores, a maioria liderada por mulheres jovens e negras.

Esse crescimento de empreendedores negros, apesar dos muitos desafios que enfrentam, gera uma economia anual de 1,73 trilhão de reais, segundo levantamento encomendado pela PretaHub, aceleradora de empreendedorismo negro do país. 

É um ótimo dado, mas ainda é necessário incentivar e contribuir para que o afroempreendedorismo cresça mais e desenvolva empresários negros que constroem negociosos de todos os tipos, inclusive de serviços de perfuração em concreto armado.

A ascensão do afroempreendedorismo

Segundo dados do estudo Empreendedorismo negro no Brasil, realizado por empresários negros da Feira Preta, PretaHub, em colaboração com Plano CDE e JP Morgan, o Brasil tem mais de 14 milhões de empresários negros responsáveis ​​por repassar mais desse 1 trilhão de reais por ano.

Quando esse número é correlacionado com o número de empresários brasileiros, temos mais da metade, uma média de 51%, representados por empresários negros ou pardos. Desse segmento, 52% são mulheres.

Vale ressaltar que o grande público tem dificuldade em encontrar produtos e serviços adequados às suas necessidades específicas, como acontece no campo da cosmética profissional, fator que motiva muitos negros a se engajarem.

Dessa forma, criaram negócios específicos para atender às necessidades de mulheres, homens e crianças negras. Afinal, o mercado sempre priorizou os brancos em detrimento dos negros, e tudo decorreu do racismo que ainda existe na sociedade brasileira.

Essa é a área mais procurada para que eles iniciem negócios como estabelecimentos industriais e comerciais focados em cosméticos e acessórios pretos.

O crescimento dos negócios direcionados a esses públicos também é resultado do fortalecimento e conscientização de seu poder de autorreconhecimento por meio de atividades realizadas por diversas campanhas.

Mas, não somente atendendo às necessidades particulares dos negros, como vimos, a proposta do afroempreendedorismo é de fato possibilitar que os negros também conquistem espaços da sociedade, seja abrindo uma empresa de válvulas industriais, ou empresa de outro segmento. 

Em suma, vale destacar que o empreendedorismo africano é fruto da necessidade do negro de se ver representado em todo o tipo de mercado. 

Além disso, é uma maneira de alcançar o sucesso na carreira e avançar em direção a um mundo mais inclusivo, sem desigualdade racial.

Empreendedorismo negro e a pandemia

Entre setembro e outubro de 2020, o Sebrae realizou sua oitava pesquisa sobre o impacto da crise da saúde nos negócios brasileiros. 

Os empresários negros perderam mais do que os brancos durante a pandemia, e as dificuldades persistiram mesmo após a reabertura do comércio e o início da flexibilização das proteções, segundo a pesquisa.

De acordo com a pesquisa, 18% dos empresários negros e pardos têm negócios que permanecem fechados ou interrompidos, em comparação com 15% dos brancos. 

Embora as diferenças possam parecer pequenas, existem diferenças em outras áreas, mesmo antes da crise de saúde. Entre a população negra, 76% relataram queda na renda, enquanto os brancos representavam 73% desse público. 

Em relação à dificuldade de manter um negócio, os negros foram 46% e os brancos 41%. Quando se trata de inadimplência, os negros respondem por 36% e os brancos por 27%.

No final, apenas 12% dos negros conseguiram obter crédito bancário, em comparação com 18% dos brancos. Neste último caso, pôde ser demonstrada a dificuldade dos negros em obter empréstimos aprovados por instituições financeiras.

Pandemia + Racismo Estrutural

A situação da pandemia, aliada a todo o contexto de racismo estrutural no Brasil, ajuda a entender como os empreendedores negros acabam sendo desfavorecidos. 

Como resultado, a motivação desses públicos pode acabar sendo diminuída por circunstâncias desfavoráveis.

Outro ponto de impacto da pandemia é a demanda acelerada pela digitalização dos negócios. Infelizmente, segundo pesquisa do Sebrae, é uma adaptação para a qual os negros estão mal preparados devido à falta de oportunidades.

Ainda de acordo com a pesquisa African Entrepreneurs Brazil, os negros enfrentam barreiras, ou seja, 50,9% não entendem estratégias digitais e 59,2% não entendem formas de rentabilizar seus negócios.

Além disso, vale a pena saber que se os empreendedores negros apresentarem baixo desempenho em suas startups, isso significa que mais da metade de todos os negócios no Brasil serão prejudicados.

Portanto, há chance de retrocesso, afinal, segundo o Sebrae, a população negra lidera 51% das empresas brasileiras.

Por isso, para mudar esse quadro, é preciso que as empresas de torre de resfriamento

independentemente de serem lideradas por negros ou brancos, precisam se unir para fortalecer o afroempreendedorismo, realizando ações que possibilitem esse crescimento. 

Movimento de Black Money

Atualmente, além de um importante pilar do desenvolvimento do empreendedorismo africano, existe o chamado movimento Black Money, um ecossistema negro que visa estimular o consumo dentro da comunidade.

Ou seja, nessa união, em benefício do público, são realizadas comunicação, educação e empreendedorismo, elaboração de projeto de combate a incêndio em comunidades negras, entre outros setores.

Tudo isso permitindo que eles compreendam as características importantes do campo empreendedor e do pensamento inovador no campo empresarial.

Dessa forma, a população negra consegue liberar seu potencial e apresentar uma diferenciação altamente competitiva em relação ao mercado geral. 

Considerações Finais

Como vimos neste artigo, o Brasil tem uma população majoritariamente negra, e isso significa que os empreendedores africanos são capazes de impulsionar significativamente o mercado geral.

Até mesmo realizar ações importantes de filantropia como viabilizar controle de acesso para refeitórios em escolas e fornecer materiais escolares para melhorar a educação dos negros e pardos de baixa renda.

É importante ressaltar que o avanço do empreendedorismo negro só trará benefícios, como a promoção da diversidade social e, claro, a contratação de mais negros. 

Esse movimento ajuda a combater a desigualdade racial que ainda existe no Brasil.

É preciso tornar a sociedade mais consciente, sem preconceitos raciais ou de qualquer outro tipo, e focar nas questões dos empreendedores negros é fundamental, algo que na verdade, já deveria estar mais avançada do que está.

Mas com muita luta e crescimento do mercado e empreendedorismo entre os negros, essa realidade pode alcançar melhores patamares. 

Esperamos que o texto de hoje tenha sido extremamente útil e que você finalmente tenha conseguido entender o que é o afroempreendedorismo e a importância que esse movimento tem nos dias de hoje.


Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

Quer se manter atualizado e receber os nossos conteúdos? Inscreva-se aqui!